A possibilidade de instalação de pedágio na RJ-106, a rodovia Amaral Peixoto, reacendeu as discussões sobre as condições da via, considerada a mais perigosa do estado do Rio de Janeiro. O tema ganhou força após um vídeo publicado pela jornalista Ana Paula Mendes em suas redes sociais, que destacou os problemas da estrada e a frustração da população com a lentidão nas melhorias.
Com cerca de 200 quilômetros de extensão, ligando Maricá a Macaé e cortando a Região dos Lagos e a Baixada Litorânea, a rodovia acumula queixas: buracos, congestionamentos, insegurança, arrastões, falta de passarelas e iluminação precária. Em 2024, foram mais de 1.100 acidentes registrados, e só neste ano já passam de 600, com pelo menos 800 vítimas. Enquanto isso, a tão esperada duplicação avança apenas em um trecho de 10 quilômetros entre Rio das Ostras e Macaé, apenas 5% da via.
Em nota, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que tem em andamento um projeto de melhoria para a RJ-106, incluindo recapeamento, acostamento, sinalização e drenagem. Segundo o órgão, o processo de licitação já está em curso e prevê ainda o reforço da fiscalização eletrônica com a instalação de novos equipamentos. O DER também destacou o investimento de R$ 57 milhões na modernização da iluminação pública das rodovias estaduais. Na RJ-106, o serviço já está em implantação, e uma equipe foi enviada para verificar e realizar manutenção no trecho entre São Pedro da Aldeia e Cabo Frio.
Apesar das promessas e investimentos anunciados, o futuro da RJ-106 segue cercado de incertezas. A possibilidade de concessão e consequente pedagiamento divide opiniões: de um lado, a expectativa de que a privatização traga melhorias; de outro, o receio da população de arcar com mais uma cobrança sem garantias de solução definitiva. Enquanto isso, motoristas e pedestres seguem convivendo diariamente com os riscos e desafios da rodovia Amaral Peixoto, à espera de respostas concretas para uma estrada que há anos simboliza descaso e insegurança no estado.