A Polícia Civil do Rio de Janeiro abriu uma investigação para apurar a venda ilegal de vagas para emissão de carteira de identidade no Detran. A medida atende a um pedido do próprio departamento, após denúncias que vieram à tona há cerca de um ano e revelaram a existência de um esquema que transformava um serviço gratuito em comércio ilegal.
Na época, a jornalista Ana Paula Mendes mostrou em suas redes sociais como funcionava o golpe. O sistema de agendamento do Detran não exigia CPF para marcação de atendimento, permitindo que grupos organizados criassem reservas falsas em massa. Essas vagas, bloqueadas de forma fictícia, eram posteriormente revendidas na internet por até R$ 50. Com isso, cidadãos que buscavam emitir sua identidade não encontravam disponibilidade no sistema e eram obrigados a pagar por algo que deveria ser gratuito.
Após a repercussão da denúncia, o Detran modificou o sistema e passou a exigir CPF no momento do agendamento. Apesar da mudança, ainda havia dificuldades para a população conseguir vagas, e novas suspeitas de brechas persistiram. Agora, com a abertura formal da investigação, espera-se que os responsáveis sejam identificados e punidos, trazendo mais transparência e segurança para quem precisa do serviço.
A Polícia Civil confirmou à jornalista que o inquérito foi instaurado e está em andamento. A apuração busca identificar como os golpistas continuavam atuando e de que forma exploravam as falhas do sistema, prejudicando milhares de pessoas.
A reportagem entrou em contato com o Detran-RJ e aguarda o posicionamento oficial do departamento.