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UNIVERSITÁRIA MORRE EM IGUABA GRANDE E FAMÍLIA DIZ QUE HOUVE NEGLIGÊNCIA NA UPA

Bruna Terra procurou a unidade quatro vezes em uma semana e morreu na sexta-feira passada. Família cria campanha nas redes sociais para pedir a punição dos envolvidos.



"Aqui está uma mãe que perdeu uma filha (jóia preciosa) no auge da sua linda juventude! Menina escolhida e separada por Deus." Foi com essa frase que a mãe da universitária Bruna Terra, de 22 anos, começou uma publicação nas redes sociais. Bruna morava em Iguaba Grande, na Região dos Lagos, e morreu na sexta-feira (05) passada após buscar atendimento na UPA da cidade por quatro vezes na mesma semana. A família de Bruna afirma que houve negligência no atendimento à jovem e lançou a hashtag "justiçaparabrunaterralobo". A jornalista Ana Paula Mendes foi marcada em uma dessas publicações e apurou o caso.


A família relata que Bruna procurou a UPA pela primeira vez no dia 01, uma segunda-feira, com dor de garganta. E saiu com uma receita para tratamento de uma infecção bacteriana e para alívio da dor. Como não houve melhora, Bruna foi levada novamente pela família na quinta-feira (05). E saiu de lá, mais uma vez, com uma receita para mais medicamentos. "Depois de quase duas horas aguardando atendimento, foi atendida com tosse, cansaço e vômito. Foi receitado mais remédios sem terem feito qualquer exame", disse a mãe de Bruna, Vanda Terra. À noite, precisou retornar, pois havia piorado, pedimos um atendimento com urgência, pois continuava vomitando e os batimentos cardíacos estavam muito altos", desabafou a mãe. E continuou: "Passando pela triagem, o enfermeiro, com sua má vontade, não conseguiu aferir os batimentos cardíacos da minha filha e disse para o pai que casos como o dela eram comuns!"


Como Bruna estava passando muito mal e o atendimento não era satisfatório, a família decidiu retornar com a jovem para casa e procurou a unidade novamente na sexta-feira (06) pela manhã. A família afirma que ela recebeu atendimento de urgência, mas como o caso evoluiu, à tarde, foi preciso buscar a transferência para um hospital especializado. A vaga, em Volta Redonda, saiu por volta das 22h. Mas, no caminho, Bruna não resistiu e morreu.


A família ainda relata que não foi procurada por nenhum representante da secretaria de Saúde ou da prefeitura de Iguaba Grande.


Em nota, a prefeitura de Iguaba Grande lamentou a morte e se solidarizou com a família. E disse também: "Informamos ainda que estamos dedicando todos os esforços e que será instaurada uma sindicância administrativa para apurar eventual responsabilidade dos envolvidos, para que sejam tomadas as medidas cabíveis", mas não foram informados prazos. Questionamos a prefeitura sobre um possível afastamento do diretor da UPA no fim de semana por causa do caso de Bruna. Mas ainda não tivemos confirmação da substituição.


Nossa produção entrou em contato também com a secretaria Estadual de Saúde para questionar a demora na transferência de Bruna Terra para um hospital em Volta Redonda e solicitamos dados sobre denúncias de negligência médica no estado do Rio, mas ainda não tivemos resposta.


Também entramos em contato com o Conselho Regional de Medicina do Rio (CREMERJ) para saber o número de denúncias de negligência médica no estado nos últimos anos, mas também não recebemos um posicionamento ainda.


Apesar da gravidade do caso, a família não foi orientada a buscar um registro formal de denúncia. A Polícia Civil confirmou que não recebeu nenhuma denúncia ainda e que acompanha as investigações da prefeitura sobre o caso.


Nas redes sociais, muitos amigos lamentaram a perda e fizeram outras denúncias sobre problemas no atendimento na UPA de Iguaba Grande. "Menina doce, meiga, carinhosa e cheia de vida, sonhos e projetos", disse a mãe na publicação. Bruna era evangélica e cursava Arquitetura. "Sei que o consolo vem do nosso Deus! Agradeço aos familiares e amigos pelo carinho com minha linda menina! Filha amada te amo para todo sempre!", finalizou a mãe.


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1 Comment


Tadinha tão jovem! Que tristeza! Que recaia sobre o ombro dos maus funcionários, e também aos chefes do recurso público que ficam dificultando acesso ao tratamento que realmente vai resolver a situação do paciente. Que Deus cobre deles. Para que aprendam a cuidar das pessoas com mais amor.

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